28 de abr. de 2010

Época: primeira revista brasileira no iPad

Mesmo louvando as maravilhas do Kindle na edição de 10 de outubro do ano passado, a Revista Época rendeu-se a 'maça' e lançou hoje, no evento de comunicação Proxxima, em São Paulo (SP), a versão completa do site formatado para o iPad, lançado pela Apple. É a primeira revista brasileira a disponibilizar um aplicativo para o iPad, disponível para ser baixado na loja App Store. Lembrando que a Época nunca fez uma versão para o e-reader da Amazon, mas acompanhou rápido a tendência do novo dispositivo da Apple.

A primeira versão é de acesso gratuito aos conteúdos do site de Época. Em algumas semanas, os usuários do dispositivo poderão baixar uma nova versão que possibilita a compra de edições avulsar da revista impressa e poder lê-las no iPad. A revista eletrônica poderá ser lida sem precisar que o usuário esteja conectado a internet. Também haverá um conteúdo multimídia e demais recursos possíveis por meio do iPad.

23 de abr. de 2010

Internet ultrapassa revistas no mercado publicitário mundial


Em início de abril, uma pesquisa divulgada pela Zenith Optimedia revelou que a internet ultrapassou as revistas em faturamento publicitário e se tornou a terceira maior mídia no mundo, com 12,6% do bolo publicitário, perdendo apenas para os jornais (23,1%) e a televisão (39,4%). A revistas ocupam agora o quarto lugar, com 10,3% do mercado publicitário.

A pesquisa também revela uma aproximação da internet e dos jornais. As projeções revelam que em 2012, a web atinja 17,1% e se aproxime ainda mais do segundo lugar. A pesquisa da Zenith também prevê um aumento de 2,2% em 2010 em comparação com o ano passado no mercado publicitário. A América Latina é o continente que obteve melhor desempenho, com crescimento previsto de 9,3% este ano, representando uma movimentação de US$ 33 bilhões (com informações de ADNews).

29 de mar. de 2010

Galileu com realidade aumentada

A edição de abril da Revista Galileu, publicação mensal de notícias e curiosidades da ciência e tecnologia da Editora Globo, publicou na capa um QR Code para que os usuários possam utilizar a tecnologia da realidade aumentada. Ao fixar o código em frente da webcam do computador, o usuário poderá abrir uma série de conteúdos extras com matérias e vídeos complementares aos assuntos abordados na revista.

Revistas brasileiras expandem conteúdos para o iPhone

As revistas brasileiras aos poucos vêm explorando o mercado móvel e disponibilizando novas formas de conteúdo para usuários de celulares, além dos próprios sites adaptados para as telinhas.

Dentro do mercado de smartphones, a Apple vem se destacando através das vendas do seu iPhone, onde é possível baixar aplicativos exclusivos para serem instalados no celular do usuário e acessados no momento em que quiser (desde que tenha a ajuda de uma conexão de internet 3G ou Wi-fi).

Segundo pesquisa da ChangeWave, desde 2008 a Apple já supera a marca Palm no interesse do consumidor e ameaça a liderança do BlackBerry. Este ano, vimos também o lançamento de novas marcas como o Google Phone e celulares com a tecnologia Android, também produzido pelo Google e com a possibilidade de baixar aplicativos exclusivos.

Mesmo assim, o iPhone permite um número maior de aplicativos (superando mesmo os disponibilizados para o BlackBerry) e mais desenvolvedores têm se dedicado a produzir Apps para portais de notícia, jornais e revistas, já que um dos interesses do usuário do celular é de ter informação disponível a qualquer instante.

No Brasil, não é diferente e algumas revistas têm lançado aplicativos como forma de extensão de seu conteúdo para o universo mobile.

Vejamos os títulos disponível e com sua descrição. O aplicativo mais recente é o da Revista Galileu, da Editora Globo, disponibilizado no último dia 27 de março. Todos os aplicativos são gratuitos e estão entre os 20 mais baixados no ranking na AppStore do iTunes (www.apple.com.br/itunes).

Caras
http://www.caras.com.br/appiphone/
Aplicativo com notícias sobre celebridades. Traz uma galeria de fotos inéditas e dicas de gourmet, eventos e beleza. Também traz previsões do Tarot, I Ching e Astrologia. Tornou-se um dos aplicativos elogiados pelo público no portal do iTunes, considerando-o bem intuito e fácil de navegar e representando bem o estilo da Revista Caras. Nas seis primeiras horas em que o aplicativo esteve disponível na AppStore, posicionou-se entre os 20 mais baixados. Produzido pela MobiMarket (www.mobimarket.com.br).


Galileu
http://itunes.apple.com/us/app/galileu/id362109723?mt=8

É o mais novo aplicativo de uma revista brasileira para o iPhone (lançado dia 27 de março). O aplicativo produzido pela PointAbout (www.pointabout.com, responsável por fazer também applicativos para as revistas Newsweek e Slate), traz seções como Futuro Antes, notícias com as ideias mais relevantes nos campos do comportamento, ciência, cultura, tecnologia e meio ambiente. Atualizado diariamente, também possui um conteúdo exclusivo que não é encontrado na revista.

IstoÉ Gente
http://www.aorta.com.br/acontece/istoé-gente-lança-aplicativo-para-iphone.html

Produzido pela Aorta (www.aorta.com.br) e com a mesma linha editorial da revista Caras, traz todo seu conteúdo sobre a vida das celebridades, além de tendências de comportamento e estilo. Possui como exclusividade a Rádio IstoÉ Gente, com programação 24 horas voltada para o estilo da lounge music.

Tpm
http://www.apptism.com/apps/revista-tpm
A versão feminina para a revista Trip debate temas polêmicos no universo da mulheres. O aplicativo da Aorta (www.aorta.com.br) traz galeria de fotos, reportagens exclusivas e os blogs da revista. Também é possível ouvir a programação da rádio Trip FM.

Trip
http://www.apptism.com/apps/revista-trip
A publicação baseada na diversidade e inovação, conta com conteúdos exclusivos para iPhone e iPod Touch, a exemplo da rádio Trip FM, galeria de fotos e de blogs. Sua linha editorial traz conceitos de comportamento e pensamento contemporâneo, com entrevistas, esportes de ação e cultura pop. O aplicativo foi produzido pela Aorta Tecnologia (www.aorta.com.br).

17 de mar. de 2010

Impressões sobre o novo Estadão

Capa do Estadão desta terça, 16/3
Ildo Golfetto e Rodrigo Cunha // No último domingo, 14/3, o jornal O Estado de S.Paulo lançou seu novo projeto gráfico, redesenhado com apoio do escritório catalão Cases i Associats, que já realizou reformas anteriores no diário paulistano. Apesar deste blog tratar sobre jornalismo de revista, vale a pensa apresentar nossas considerações sobre este redesign e que significamente é possível também repensar nas próprias estruturas das revistas, tanto faz se no impresso ou no on-line.

Entre as grandes mudanças que foram apresentadas no jornal foi a tipografia, desenhada exclusivamente pelo tipógrafo português Mário Feliciano - cabe cita o nome delas, Estado Headline, Estado Fine e Flama. Na nova tipografia houve um ganho de velocidade de leitura dos textos e de espaço para inclusão de mais informações, já que houve um 'achatamento' se compararmos com as fontes utilizadas anteriormente. As fontes ficaram agora muito mais parecidas com as utilizadas pelos jornais europeus como El País (Espanha) e Expresso (Portugal), que também tiveram a assinatura de Feliciano.

Outra grande mudança ficou por conta do redesenho da ex-libris que acompanha o diário desde sua longa história de existência. O jornaleiro francês Bernard Gregoire saía a cavalo pelas ruas de São Paulo, barrete branco na cabeça e maços de jornais debaixo do braço gritando as notícias está retratado na ex-libris agora redesenhada, na cor cinza e destacada logo abaixo do nome do jornal, na capa. A marca também foi adotada no logotipo do portal na internet.

Comparativo entre a nova e a antiga tipografia
Também um destaque que agradou ficou por conta da valorização das imagens de impacto, que geralmente podem vir sozinha nas páginas, marcando um equilíbrio juntamente com o texto e outros elementos gráficos. Outras questões como a mudança na colunagem na capa (que passou a ter cinco colunas) e novos cadernos também podem ser citados aqui.

Mas a grande mudança de fato, que poderia vir com o novo projeto gráfico, seria a mudança no formato. Continua o mesmo jornalão do tamanho standard. No Brasil, há uma certa resistência dos jornais em continuar com o formato grande, geralmente mais difícil de ler quando não se tem um apoio plano. O ideal atual é trabalhar com formatos menores como o berliner e o tablóide - ainda há uma referência nacional de que tablóides são jornais sensacionalistas e populares, como os famosos estereótipos diários ingleses. Alguns já se propuseram a experimentar formatos menos como o Correio* (BA), O Norte (PB), Diário da Borborema (PB), Jornal do Brasil (RJ), Diário do Amazonas (AM), Tribuna do Norte/O Poti (RN), entre outros.

Portal
Portal de economia se diverge
com a página inicial do Estadão.com.br
O Estadão.com.br pecou na profusão do azul nas laterais, pois é um tom que cansa o olhar devido ao nível de "lightness" da tonalidade escolhida. Um tom menos saturado apresentaria um resultado muito melhor. Isso não foi encontrado, por exemplo, com a sessão de Economia, em que são utilizados tons castanhos.

Outro fator que pode incomodar no novo site é o entrelinhamento e os espaços que separam uma notícia da outra. Aparentemente tudo está mais 'espemido', não há um respiro entre o título, subtítulo e as chamadas para as matérias subsequentes. Além disso, há pouco contraste entre fundo e o texto: a letra está menor e novamente com o azul prevalecendo e tornando a leitura cansativa.

Apesar do editor do portal ter afirmado que o Estadão agora segue um padrão europeu de organização do site, uma boa referência pode ser o portal da rede britânica de radiodifusão BBC, que é bem resolvido em muitos aspectos. Atentem para o espaçamento entre as chamadas. Para quem quiser se aprofundar no assunto, o livro do Felipe Memória fala um pouco de como foi projetado a primeira reestruturação do website da BBC, que deu origem a estrutura atual.

18 de fev. de 2010

Wired lança conceito para iPad

Rodrigo Cunha // A revista norte-americana de tecnologia Wired lança sua versão para Apple iPad, antes mesmo do lançamento do dispositivo ao mercado. Outras publicações como o The New York Times também já ajustaram para o leitor digital.

A versão da Wired procurou valorizar o máximo possível de intuitividade com o leitor, permitindo uma fácil navegação e integração entre diversas mídias como texto, fotos, animações e vídeos, além da compatibilidade com as redes sociais, algo já demonstrado em vídeo do Sports Illustrated na sua versão para tablets.

A Wired digital possui suporte para a tecnologia Adobe Air (ainda existe a incompatibilidade da Apple com a tecnologia Adobe Flash), portanto rodando tanto no iPad como em dispositivos compatíveis com a tecnologia Android.

Veja ao vídeo demonstrando como funcionará o App da Wired no iPad

29 de jan. de 2010

iPad: uma salvação para a mídia tradicional?

Jobs exibe iPad durante lançamento
Rodrigo Cunha // Esta é uma pergunta publicada em diversos periódicos ao redor do mundo após o lançamento do novo tablet da Apple, no último dia 27 de janeiro. O tal aparelho "mágico e revolucionário", como declarou o CEO da empresa Steve Jobs, entra no mercado dos e-readers para concorrer com o Kindle (da Amazon), o Nook (da Barnes&Noble) e diversos outros semelhantes que têm surgido de uma só vez neste período. O design segue o mesmo formato do iPhone (de maior dimensão e teclado virtual).

Com o iPad será possível acessar internet (Wi-fi ou 3G), ler livros, revistas e jornais virtuais e assistir a vídeos. Porém, diferente de seus concorrentes que possibilitam uma leitura mais agradável utilizando iluminação externa, o iPad ainda possui a mesma iluminação de um computador, cansando a vista em leituras muito longas. As vendas do novo aparelo da Apple começam daqui a dois meses, num preço mínimo de US$ 499. Ainda não há previsão para venda no Brasil.

Em artigo da Poynter Institute, diversos especialistas expressam o impacto que o iPad pode ou não provocar no mercado da mídia tradicional. Alguns são otimistas, como a Sara Quinn Dickenson, que afirma que o iPad permitirá ao leitor "interagir melhor com as páginas, proporcionando uma sensação mais palpável". Para a pesquisadora, será necessário criar novos aplicativos para jornais, com novas possibilidades de utilização de imagens e um design mais agradável.

Pelo contrário, Al Tompkins vê como a principal desvantagem a forma de conectividade para assistir a vídeos. "As experiências atuais com a conexão 3G são insatisfatórios, o que não torna rápido o suficiente para assistir vídeos". Tompkins também critica a ideia de comprar um aparelho para se continuar a "pagar e pagar e pagar" para ter conteúdo. Não é como a TV ou o rádio onde se compra o aparelho e recebe o conteúdo gratuitamente.

Regina McCombs também faz críticas com relação a incompatibilidade dos navegadores da Apple para iPhone (também o iPod Touch e, provavalmente o iPad) com a tecnologia Flash. "A maioria dos programas de áudio, slides, vídeos, são construídos em Flash. Enquanto o aparelho mantém um monte de promessas de melhor interação com o usuário, descobrir uma plataforma totalmente nova, com o design específico e integrar os nossos sistemas de gerenciamento de conteúdo, será o grande desafio para as empresas de comunicação".

Leia mais o artigo da Poynter Institute sobre o iPad (em inglês)

11 de jan. de 2010

E-readers são coisas de 1994

Rodrigo Cunha // Nunca se falou tanto em novos dispositivos para leitura. Muitas empresas têm investido recentemente nestas engenhocas, a exemplo do Kindle (da Amazon), o Sony Reader e a Apple com seu iPad. Na realidade, trata-se de um retorno ao futuro. O jornalista e professor Ramón Sallaverría exibe em seu blog um vídeo de 1994, mostrando o protótipo de um leitor digital denominado Tablet Newspaper, criado por Roger Fidler. Isto há quinze anos atrás, confira o vídeo.